sábado, 30 de janeiro de 2010




No buraco da fechadura

A alma aberta
Berrou bravos brios,
Covardes caíram calados.
Deus determinou desterro.
E eu eutanasiei.
Foi fácil fazer,
Ganhei gordas garantias.
“Hoje haverá honras”
Impreterivelmente
Jazem juntos:
Ku Klux Klan, Kennedy, Kane.
Lembro lascivas
Memórias mornas
Necrofilando
Odes,
Poemas,
Querubins.
Resta resgatar
Sóbrias saídas.
Tentarei
Uma última
Vez:
Walkirias
Xiitas,
Yeshua
Zeloso.


Gordack.

domingo, 24 de janeiro de 2010


Das Dores

A dor que dói, Das Dores chora
Banha a alma de lua
E a lua lembra os sonhos
Hoje derramados em lágrimas

Tentei ser o que não pude
Tem que ser, e não mude
porque, apesar de tudo, a cena muda.
Ai Das Dores, vê se não fode!

Gordack, Ricardo Villa Verde, Tubarão, Sara Mazuco, Nelsinho Pacheco e Eldemar de Souza

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010





O Grito Elegante da Aquarela

O que sai das minhas mãos
Pelo caminho da madeira ornada
Com a bela crina da égua
É o reflexo da minha percepção
Ao sentir, cheirar e transpirar
O que vem de dentro dela
Se alguns procuram encontrar
Mazelas
Digo que tem
E ainda mais
Querelas
Porém além das lágrimas na janela
Minhas matizes sem tramelas
Hipnotizam pela sutileza
Natural de minhas telas
Onde não se encontram
O samba, os bambas.
Ou qualquer nomenclatura
Imposta por aqueles,
Lá de outras bandas
É o olhar fraternal
Semi-igual
De um desvelo natural
E em resposta a isso digo:
Que pintem a primeira pedra, que nunca percebeu a beleza de uma favela.

Gordack

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010




Ainda sinto o seu cheiro

  Nosso primeiro encontro foi ao acaso, dentro de um local comum, meio inusitado.
Você queria o outro e eu entrei na frente, demorou um pouco, mas então rolou, entretanto aceitou descontente.  Do primeiro veio o segundo beijo, depois o terceiro e então o estremeço, adiante surgiu o quarto e o desejo. Nada mais poderia mudar o passado e o futuro estava sendo escrito, neste momento muito mais amadurecido, fugi do que entendi como martírio. Você chorou, te fiz sofrer. Odiou-me. Quis me matar.
A amargura que invade o meu peito é o arrependimento que agora sinto em meu leito.
Um outro apareceu na sua estrada, um fruto foi providenciado, agora sofria nua e calada na esperança do reencontro do amado.
O tempo passou e o amor se transformou.
 O que antes era bom, com o renegar de tão importante paixão, foi inevitável crescer mais do que rápido na linda flor desabrochada, o ódio que mudou o seu coração.  Mas chegou antes tarde do que nunca, como uma tempestade muda, o reencontro que resultou pratos sujos, desculpas pedidas e aceitas, risos conjugados, abraços apertados, beijos molhados e finalmente, o sexo aconteceu.  Um dos melhores de todos os tempos, as repetições se estenderam durante um longo tempo, porém apenas amantes. Não poderíamos mudar o que já estava escrito. Amigos nós nos tornamos consciente do que já fomos.  O tempo passa, um some às vezes e o outro também. Mas quando a saudade aperta é só pensar no deleito proporcionado, que as boas memórias trazem com carinho a magia do encontro inesperado, e nesse momento saímos de onde estamos e nos damos um ao outro. Onde quer que você esteja, eu te desejo o bem e a felicidade.
Um beijo.

Gordack

terça-feira, 12 de janeiro de 2010



Sobre bombas e papéis

Não sei se seria maquiavélico
Pensar no poderio bélico das canetas
Penso no poderio hemisférico
Da minha alma maneta
Na aura da essência ocular
Um brilho sem metamorfoses
Levanta um braço um tanto atmosférico
No dia-a-dia, vida-a-vida do esteta

Ricardo Villa Verde, Nelsinho pacheco, Sara Mazuco e Eldemar de Souza

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010



Cadeia

Amor com amor se apaga
No frio da amargura alheia
Não importando-se a teia
Crava os dentes em minha veia
Leva Minha vida inteira ou meia

Ricardo Villa Verde, Gordack, Sara Mazuco, Eldemar de Souza e Nelsinho Pacheco